O adeus a Vicky Whyte, uma das mais importantes jogadoras e dirigentes do golfe brasileiro e mundial
O mundo do golfe despede-se de Victoria Anne Whyte, uma das mais importantes jogadoras e dirigentes do golfe brasileiro e mundial. Vicky, como era conhecida, nos deixou nesta quarta-feira, 26 de março de 2025, no Rio de Janeiro (RJ). Ela completaria 72 anos no dia 10 de maio.
O velório, seguido de cremação, será nesta quinta-feira, das 11 horas às 14 horas, na Capela 7 do Memorial do Carmo, na Rua Monsenhor Manuel Gomes, 287, no Caju, no Rio de Janeiro (RJ). A família de Vicky pede que em vez de enviar flores, que façam doações para a Associação Pública de Japeri (Pix CNPJ: 04.736.838/0001-07), entidade que dirigia desde sua fundação, em 2001.
História – Nenhum golfista brasileiro – homem e mulher – ocupou cargos tão importantes na hierarquia do golfe mundial como Vicky Whyte, que, por oito anos consecutivos, de 2000 a 2008, foi a presidente feminina do World Amateur Golf Council (WAGC), então a entidade máxima do golfe, até que com o advento do golfe olímpico, o WAGC se transformasse na Federação Internacional de Golfe (IGF). Vicky, que no WAGC comandou o golfe mundial num triunvirato, ao lado dos dois dirigentes mais importantes do mundo, os presidentes da USGA e do R&A, ajudou a comandar o processo de volta do golfe aos Jogos Olímpicos, causa pela qual sempre batalhou.
Formada pela Georgetown University, de Washington D.C., em 1974, Vicky exerceu também importantes cargos diretivos no golfe brasileiro, sendo presidente da Federação de Golfe do Estado do Rio de Janeiro, de 1997 a 2002 e de 2007 a 2008. Na Confederação Brasileira de Golfe, Vicky foi diretora de 1995 a 1997 e vice-presidente em dois mandatos: 2002 a 2004 e 2009 e 2010. Vicky também era árbitra internacional de golfe mais do que confirmada, tendo sido aprovada pelo R&A nos cursos de 1997, 2001, 2006, 2008 e 2012. De 1997 a 2005, Vicky integrou o Comitê de Regras da Federação Sul-Americana de Golfe.
Equipes – Vicky foi ainda capitã ou delegada do Brasil em nove mundiais (World Amateur Golf Team Championship) consecutivos: França 1994, Filipinas 1996, Chile 1998, Alemanha 2000, Malásia 2002, Porto Rico 2004, África do Sul 2006, Austrália 2008 e Argentina 2010. Ela também exerceu os cargos de capitã e delegada do Brasil no Campeonato Sul-Americano de Golfe por Equipes, a Copa los Andes, inúmeras vezes.
Como jogadora, Vicky também se destacou, sendo quatro vezes campeã do Aberto de seu clube, o Gávea Golf & Country Club (1987,1988,1989 e 1990). Ela defendeu o Estado do Rio de Janeiro no Interfederações, de 1987 a 2004; venceu seis vezes o Aberto de Teresópolis (1987, 1988,1989,1990,1993 e 1994), e o Aberto do Itanhangá em 1988, ano em que unificou os três mais importantes títulos femininos do Rio ao vencer também no Petrópolis e no Gávea. Vicky foi ainda bicampeã do Aberto do Estado do Rio, torneio do ranking nacional, em 1990 e 1991, e defendeu o Brasil na Los Andes, em 1996.
Golfe no sangue – Vicky Whyte é filha de Seymour Grant Marvin, fundador da Associação Brasileira de Golfe, embrião da atual Confederação e primeiro brasileiro sócio do Royal and Ancient Golf Club de St. Andrews, clube que deu a Vicky uma das maiores honrarias de sua vida, ao ser incluída nos quadros da entidade – uma das primeiras mulheres a receber o convite – juntamente com duas ilustres norte-americanas: Judy Bell, dos EUA, ex-capitã e jogadora da Curtis Cup e primeira mulher a ser presidente da USGA (United States Golf Association); e a canadense Marlene Stewart Streit, única golfista da história a ganhar os títulos amadores do British Open, Canadian Open, U.S. Open e Australian Open.
Antes delas primeiras mulheres sócias do R&A, após uma histórica votação em setembro de 2014, que mudou os estatutos machistas do clube com 85% dos votos, foram a Princesa Real Anne; Dame Laura Davies; Renée Powell; Belle Robertson; Lally Segard; Annika Sorenstam, a melhor jogadora da história; e Louise Suggs, fundadora e ex-presidente do LPGA Tour.
Fonte: O Portal Brasileiro do Golfe