152º The Open – Schauffele faz história e ameaça título de Jogador do Ano de Scheffler

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Há momentos que definem um título. Foi assim no buraco 11, de 489 jardas, neste domingo, na rodada final do 152º The Open, em Royal Troon, na Escócia. Foi lá que perdendo por duas tacadas Xander Schauffele encarou uma das jogadas mais difíceis do golfe mundial ao bater um drive de 319 jardas para o rough baixo da esquerda, fugindo do fora de campo dos trilhos do trem do lado oposto, para sair muito pouco de um dos locais mais estreitos da raia. E, de lá, teve um tiro cego de 179 jardas, para deixar a bola a menos de um metro da bandeira e fazer o único birdie do dia no buraco mais difícil do campo.

Esse terceiro birdie de Schauffele no dia foi seguido de mais três, nos buracos 13, 14 e 16 (embocando de 5 metros, 4 metros e 1,2 metros, respectivamente) para jogar 65, seis abaixo, numa volta bogey-free, igualar a melhor rodada da semana, ser campeão com 275 (69-72-69-65) tacadas, nove abaixo do par, duas de vantagem sobre os adversários e conquistar seu segundo major do ano e da carreira. A outra única volta sem bogey dos domingo foi do americano Russell Henley, que fez dois birdies para ficar sozinho em quinto lugar com cinco abaixo (69-75-66-69).

Os vice-campeões, com sete abaixo, foram o inglês Justin Rose, campeão olímpico no Rio (69-68-73-67), e o americano Billy Horschel (72-68-69-68). O sul-africano Thriston Lawrence ficou em quarto, com seis abaixo (71-74-65-68), seguido por Henley. O escocês Shane Lowry (66-69-77-68), campeão em 2019, ficou em sexto, com quatro abaixo, seguido pelo espanhol Jon Rahm (73-70-72-68), por Scottie Scheffler (70-70-71-72) e pelo coreano Im Sungjae (76-72-66-69), que empataram em sétimo, com uma abaixo.

Rei dos majors – Schauffele foi indiscutivelmente o melhor jogador de 2024 nos torneios do Grand Slam, incluindo o título do PGA Championship, o oitavo lugar no Masters e sétimo no US Open. Agora, ele é apenas o terceiro jogador desde 1980 a terminar os quatro majors do ano entre os Top 8, repetindo os feitos de Tiger Woods (2000 e 2005) e Jordan Spieth (2015).

Xander, de 30 anos, tem ainda um dos melhores desempenhos em majors entre os jogadores com 40 anos ou menos. Em 30 torneios do Grand Slam jogados desde sua estreia, em 2017, ele foi Top 10 em metade (50%), 15 deles. Apenas Scottie Scheffler (60%) e Rory McIlroy (55%) tem resultado melhor entre os que jogaram ao menos 20 majors no período. Os 15 Top 10 de Xander superam até Jon Rahm, com 13, jogando mais e vencendo igual (dois).

Jogador do Ano – Até o The Open, ninguém discutia que, mereceria o título de Jogador do Ano de 2024. Afinal Scottie Scheffler venceu seis torneios até agora, incluindo um major (Masters) e um quase major (The Players). Os outros títulos foram no Bay Hill, no RBC Heritage, no Memorial e no Travelers. E ele tem ainda dois vice-campeonatos e mais cinco Top 10s.

Mas majors são majors, a linha de corte em qualquer discussão sobre golfe, e vencer dois no mesmo ano é para poucos. Apenas Tiger Woods (três vezes), Padraig Harrington, Rory McIlroy, Jordan Spieth e Brooks Koepka conseguiram isso neste século. E vencer dois em 2024 tem valor em dobro, uma vez que com o advento do LIV Golf os majors são os únicos torneios em que os melhores jogadores do mundo se enfrentam para valer.

Paris e Playoffs – Se os jogadores do LIV Golf não fossem boicotados no ranking mundial, Bryson DeChambeau seria Top 3 do mundo e jogou nos quatro majors. Scheffler só teve Bryson como adversário em uma de suas seis vitórias. Isso para não falar em Jon Rahm. Restam os Jogos Olímpicos de Paris, dentro de duas semanas, e os Playoffs da Fedex Cup. E o julgamento de cada um dos jogadores do PGA Tour que são quem decide, por voto, quem receberá o Prêmio Jack Nicklaus de 2024.

Uma curiosidade: ninguém jogou quatro dias abaixo do par, mas Matthew Jordan foi o único a não jogar acima em nenhuma rodada, marcou 71 quatro vezes. Outra curiosidade: desde Phil Mickelson, em 2013, todos os campeões venceram o The Open pela primeira vez. E desses apenas Shane Lowry, em 2019, foi nascido e criado jogando em campos tipo links.

Fonte: O Portal Brasileiro do Golfe