Miriam Nagl, nossa jogadora olímpica, abandona golfe competitivo em 2017

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Sem competir desde o Aberto da Espanha, na Andaluzia, no final de setembro, seu segundo torneio após os Jogos do Rio 2016, Miriam Nagl decidiu não competir mais até o final da temporada e tirar 2017 como um ano sabático, com muito pouco golfe, para dedicar todo o tempo possível para ver crescer sua filha Laura Emília, que completa dois anos em 27 de janeiro. Miriam já havia parado de competir quase um ano, durante a gravidez, retornando em maio de 2015, na Turquia, para garantir os pontos no ranking mundial de golfe que fariam dela uma das duas jogadoras olímpicas do Brasil.

“Eu amo ser mãe da Laura e estou passando muito mais tempo nos últimos meses com ela, o que é muito gratificante”, conta Miriam. “Eu decidi não jogar algum tempo no Tour Europeu Feminino depois do torneio da Espanha em setembro passado” conta. “Estes são anos muito importante na vida da minha filha e quero estar em casa para ela, ou ao menos não estar viajando semana após semana”, explica.

Torneios – Mas abandonar o golfe não está nos planos de Miriam. “Ainda tenho muita paixão pelo jogo de golfe e amo treinar, tentar melhora meu jogo e também ajudar os outros no esporte”, revela. “Gostei muito de jogar com a ‘galera’ no Mundial Militar de Amsterdam (ganhou o ouro individual e por equipes) e vou continuar defendendo o Brasil nos torneios militares de 2017”. Miriam, como o restante da equipe de golfe militar, é Terceiro Sargento da Aeronáutica.

Torneios oficiais também estão no caminho de Miriam, mas poucos. “Eu vou jogar alguns mini-tours na Flórida, nos EUA, em março, e em julho provavelmente o German PGA Championship, na Alemanha” (nascida no Paraná, ela mora na Alemanha desde a infância), adianta. “Meu objetivo para 2017 é ficar mais em casa com minha filha, ver crescer e melhorar meu jogo”, resume. “Não acho necessário jogar no Tour para isso”.

Carreira – Miram teve uma premiada carreira juvenil sendo por três anos consecutivos vice-campeã do British Girls Championship (1997 a 1999), além de ser vice-campeã da Troféu Espírito Santo (competindo pela Alemanha) no World Amateur Championship, no Chile. Depois, foi para a Arizona State University, onde foi a “Estreante do Ano” na Divisão I da NCAA, além de integrar o First All American Team. Com isso, decidiu abandonar a faculdade e virar profissional em 2001.

Após dois anos no circuito de acesso (Futures Tour), Miriam ganhou seu cartão do LPGA Tour, onde estreou em 2003. Seu primeiro título profissional foi no Futures Tour de 2002, onde jogou 63 na volta final para vencer em Grand Rapids, Michigan. Em seu primeiro ano no LGPA Tour ela foi 10ª colocada no LPGA Williams Championship e a 11ª no LPGA ShopRite Classic, Atlantic City.

Dois tours – No final de 2004, ela decidiu jogar também no Tour Europeu Feminino (LET), para o qual conquistou o cartão vencendo o Qualifying School. O melhor ano de sua carreira foi em 2005, quando jogou 24 torneios entre o LPGA Tour e o LET, onde teria seu melhor resultado ao ser vice-campeã do Spanish Ladies Open, além de ser Top 30 no Ladies British Open.

Em 2006 ele voltou a jogar nos dois circuitos, mas dando mais atenção ao LPGA Tour. Em janeiro, jogando ao lado de Anja Monke, ela ajudou a Alemanha a ser nona colocada na Women’s World Cup, na África do Sul. No LPGA Tour, seu melhor resultado foi o quinto lugar no SBS Championship, no Havaí.

Acidente – No começo de 2007 a carreira de Miriam sofreu um baque, quando ela sofreu um acidente de esqui em viagem com a família e namorado para aproveitar as estações de inverno da Europa. Rompeu vários ligamentos e teve que se submeter a uma cirurgia, em Vail, Colorado. Voltou no final da temporada, mas jogou poucos torneios. Em 2008, fora de forma, perdeu o cartão e decidiu voltar ao LET em 2009, mas jogando pouco e aproveitando para ficar em casa depois de romper um namoro de longa data que mantinha nos EUA.

Em 2010, Miriam voltou à Flórida e jogou duas temporadas do LPGA Futures Tour (2010/2011). Em 2012, sem conseguir o cartão do LPGA, Miriam voltou à Q-School do LET, terminou em 31º e recuperou o cartão para jogar na Europa. Só iria parar novamente quando ficou grávida, mas, ainda assim, foi capaz de passar o corte, aos quatro meses de gravidez, no Ladies German Open de 2014.

 

Fonte: Ricardo Fonseca - O Portal Brasileiro do Golfe