Profissionais dão lição a própria diretoria da PGA do Brasil

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Vários dos melhores profissionais de golfe do Brasil deram uma lição de conduta a diretoria da própria Associação que os agrupa ratificando que participarão em todos os torneios independente da entidade organizadora.

Os profissionais manifestaram que o seu interesse é desenvolver o golfe deixando ao presidente da entidade, Antônio Nascimento, numa insustentável situação de representatividade, pois ele tinha ameaçado com sanções aos profissionais que participassem de torneios não autorizados pela PGA Brasil.

"Totonho - o Presidente da PGA do Brasil - deve refletir se está contribuindo com a classe profissional num momento que Brasil está se preparando para receber de volta o golfe olímpico em 2016", disse um dos profissionais.

"Foi um tiro no pé da própria diretoria da PGA Brasil" disse outro golfista profissional.

A PGA Brasil cobra percentagem dos prêmios embolsados pelos profissionais nos torneios que tem o aval da Associação.

L`Occitane patrocinou pela primeira vez um torneio profissional do golfe, com apoio da CBG sem a participação da Associação, o que motivou a atitude da diretoria da PGA Brasil. A empresa não se pronunciou se voltará a patrocinar golfe profissional após o acontecido.

Os profissionais que participaram do recente aberto em Trancoso, emitiram o seguinte comunicado: "Vimos através da presente, comunicar que os profissionais de golfe abaixo assinados têm interesse em jogar todos os torneios realizados no Brasil, independente de qual entidade responsável pela organização ou realização do evento.

Considerando que dependemos dos torneios para o nosso sustento, não podemos ser prejudicados por divergências entre entidades que pretendam promover torneios profissionais do país. Entendemos que a ABPG (Associação Brasileira dos Profissionais de Golfe), como entidade representante dos profissionais de golfe brasileiros, também deveria ter esse mesmo entendimento.

Desta forma, deixamos neste momento registrado que apoiaremos todos os campeonatos profissionais de golfe realizados em território nacional, sendo estes realizados pela PGA do Brasil, CBG (Confederação Brasileira de Golfe) ou qualquer outra entidade que tenha interesse em desenvolver o golfe profissional brasileiro."

O documento está assinado por Alessandro Dantas, Erik Anderson, Felipe Navarro, Giordano Junqueira, Guilherme Oda, Guilherme Richers, João Paulo Albuquerque, Lorenzo de La Rua, Marcos Silva, Odair Lima, Pablo de La Rua, Philippe Gasnier, Rafael Barcellos, Rafael Gonzalez, Robison Gomes, Ronaldo Francisco, Ruberlei Felizardo,
Sergio Brasil.

Em 2005, a Associação também ameaçou punir os profissionais que participaram do torneio da World Teachers Federation, em Itú, copa patrocinada pelo Unibanco com apoio da revista Forbes Brasil. O Unibanco deixou nesse momento de patrocinar torneios profissionais, depois de mais de uma década.

Os jornalistas especializados Marco Frenette, de Golf Life, Marco Antonio Rodrigues, da ESPN, Guillermo Piernes de Golf e Negócios, Fernando Vieira, do Jornal do Golfe e Zeca Rodriguez da Revista New Golf apoiaram aos golfistas profissionais que assinaram o comunicado por defender os interesses maiores do esporte.

No site da PGA do Brasil, o presidente expressa que a sua é unica entidade que congrega os profissionais e comenta que "temos também no golfe jornalistas profissionais independentes, como o Ricardo (Fonseca), que analisam a situação com imparcialidade. A ele, os nossos agradecimentos".

O poder de congregação mencionada por Antonio Nascimento é contestada pelos fatos. Em 2006 A Associação dos Profissionais do Golfe Brasileiro (ABPG) emitiu uma circular, assinada pelo diretor Celso Palma, que obrigava aos profissionais a participar de um curso pago para receber a carteira de certificação para 2006, utilizando ilegalmente os nomes de instituições como R&A, Confederação Brasileira de Golfe, Federação Paulista e outras.

Nessa ocasião, a CBG reagiu por escrito lamentando que “mais uma vez os nomes da CBG e do R & A e das Federações aparecem em missiva da ABPG, da qual discordamos, cujo teor é até mesmo agressivo e ameaçador aos profissionais”, em nota assinada pelo então diretor jurídico Antonio Carlos Cruz Lima.

O exdiretor Palma, nomeado por Nascimento, enfrentou depois mais obstáculos, como as denuncias de falsificação de antecedentes, com provas documentais em poder de advogados, dirigentes e imprensa. A PGA of América, a Federação Mundial de Professores de Golfe e um resort da Florida comunicaram por escrito que essa pessoa jamais foi profissional dessas três instituições como tinha informado a imprensa ao ser empossado na diretoria presidida por Antonio Nascimento.

Palma, em 2004, recebeu do Nascimento o prêmio de melhor professor de golfe do Brasil. Nessa época, uns 50 profissionais de golfe pediram uma assembléia para debater o peculiar modus operandi da diretoria da associação que supostamente os representa, mas não foram atendidos.

Fonte: Golf e Negócios