Tour Championship: final da Fedex Cup não entusiasma

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Depois do fracasso dos primeiros dois anos, quando um sistema de pontuação complicado demais permitiu que jogadores como Tiger Woods e Phil Mickelson cabulassem torneios dos playoffs, em 2007, e deu a Vijay Singh o título antecipado, em 2008, o PGA Tour adotou, a partir de 2009, uma forma de pontuação mais simples com o objetivo de permitir que ao menos cinco dos 30 finalistas pudessem chegar ao Tour Championship dependendo só deles para ser campeões da Fedex Cup e levar o prêmio de US$ 10 milhões dos US$ 35 milhões em bônus distribuídos aos melhores da temporada.

Felizes com o sucesso da nova fórmula que consagrou suas duas maiores estrelas na temporada passada - Phil Mickelson venceu o Tour Championship e Tiger Woods a Fedex Cup - o PGA Tour manteve o sistema este ano, mas já pensa em mudá-lo de novo. Isso porque as distorções demoraram, mas finalmente apareceram, tirando muito do brilho daquele que deveria ser o torneio de maior importância do ano, não para os jogadores, mas para a torcida, para as televisões e para os patrocinadores.

Distorções - Para permitir que Matt Kuchar, Dustin Johnson, Charley Hoffman, Steve Stricker e Paul Casey chegassem ao torneio final da temporada na posição privilegiada de só precisar vencer para ser campeões, os quatro torneios dos playoffs tiveram sua pontuação multiplicada por cinco, uma evidente aberração. Os quatro majors do ano deram 600 pontos cada aos campeões, Se alguém completasse o Grand Slam ganharia 2.400 pontos no total, 100 a menos do que os 2.500 pontos que Kuchar recebeu por vencer o Barclays.

Distorção maior é ter Charley Hoffman como o número 3 da Fedex Cup no torneio final, depois que ele não foi capaz de se classificar para jogar nenhum dos quatro majors da temporada, mas pode sair consagrado como o melhor jogador do ano. Martin Laird, número 44 do ranking do PGA Tour, e Kevin Streelman, que está na 67ª posição, também estão na final, enquanto Tiger Woods, que terminou entre os cinco primeiros em dois majors, não pode defender seu título da Fedex Cup.

Complicação - Não é por acaso que apesar de todo o esforço do PGA Tour de "vender" a Fedex Cup para o público, apresentando projeções de pontos a todo instante, a idéia não colou. Ainda é um sistema complicado demais e alheio daquilo que o fã de golfe realmente entende: quem está ganhando o torneio. E esta semana, no campo do East Lake, em Atlanta, mais uma vez poderemos ter um campeão do torneio e outro da Fedex, um ganhando US$ 1,3 milhão, o outro US$ 10 milhão, enquanto as tevês tentarão empurrar os cálculos a cada nova jogada.

Tim Finchem, o executivo-chefe do PGA Tour, já admite mudanças. "Obviamente no final de cada temporada, dependendo de como as coisas aconteçam esta semana, nós vamos avaliar a estrutura (da Fedex Cup) mais uma vez", disse em entrevista coletiva, em Atlanta. "Esse debate é saudável", assegura Finchem, dizendo que o que mais gosta no sistema é evitar uma decisão antecipada, como em 2008, quando Singh só precisava assinar o cartão para ser campeão.

Mudanças - Por outro lado, o peso excessivo dos playoffs preocupa, pois basta um bom torneio no final da temporada para colocar alguém entre os 30 finalistas o que, além da chance de vencer a Fedex Cup, assegura sua presença nos três primeiros majors do ano seguinte. Finchem diz que haverá muito tempo para discutir mudanças, mas anuncia uma que já parece certa: os melhores jogadores serão obrigados a jogar alguns torneios regulares, de forma a fortalecer esses eventos e seus patrocinadores. Que implicações isso terá no sistema de pontuação da Fedex Cup, ainda é cedo para dizer.

Fonte: Golfe e Negócios