Bate papo de campeã

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Por João Carlos Godoy

No início do primeiro semestre de 2009, quando o assunto era a jovem golfista Nathalie Silva, a conclusão que imperava nas rodas de conversas do meio era que ela havia atingido seu nível máximo aqui no Brasil e que não existia competidora à altura dela aqui no País na ocasião. Resultado: a jovem paulista embarcou com uma bolsa de estudos para a California Baptist University, nos EUA. Nos campos de golfe, representando sua universidade, Nathalie joga pela National Association of Intercollegiate Athletics (NAIA), uma das principais ligas universitárias norte americanas.

No último dia 21 de maio, ela mostrou que segue aprimorando seu golfe ao vencer o NAIA Women's Championships, torneio que encerrou a temporada 2009/2010. Em entrevista ao site da Confederação Brasileira de Golfe (CBG), a jovem paulista falou de suas conquistas, sonhos para o futuro e o dia-a-dia nos EUA. Confira:

CBG - Como é a sensação de vencer o principal torneio da temporada pela primeira vez na NAIA?

Nathalie Silva (N.S.) - Estou muito feliz. É como se fosse a resposta de toda preparação que fiz durante o semestre. No último buraco, depois de embocar o último putter, corriam lágrimas dos meus olhos e comecei a pensar em todos aqueles que tinham me mandado mensagens de coragem e apoio. Agradeci muito a Deus também. Foi o torneio mais difícil de segurar a pressão da liderança, mas foi o que me deu mais alegria por ter conseguido.

CBG - Como foi a trajetória dessa vitória?

N.S. - Foi interessante porque não comecei jogando bem o ano, mas continuei treinando. Daí ganhei o Originals, que foi o penúltimo do ano, e isso me deu muita confiança pra jogar o Nationals. Fui para o torneio final meio com o pé atrás para não me decepcionar com tanta expectativa. Mas, depois do primeiro dia, percebi que estava jogando bem e a confiança foi só aumentando. E deu no que deu: ganhei o Nationals.

CBG - Como é a rotina de treinos na Universidade?

N.S. - Nós temos treinos obrigatórios três vezes por semana. Eu individualmente treino todos os dias. Minha vida praticamente se resume em treinos e estudos. Nas horas de folga eu gosto de descansar dormindo ou assistindo a um filme (risos).

CBG - A temporada 2009/2010 chegou ao fim. Você está satisfeita com o que conquistou até o momento aí nos EUA?

N.S. - Minhas expectativas eram boas, mas eu não esperava ganhar o Nationals. Eu me preparava, mas sabia que seria osso duro (risos). Estou satisfeita, mas ainda estou trabalhando pra conquistar meu principal sonho que é jogar profissionalmente. Acredito que tenho dado um passo super grande para isso, mas ainda preciso me aprimorar.

CBG - Faça um resumo de seus resultados nesta temporada.

N.S. - Semestre passado consegui dois segundos lugares de quatro torneios e nos outros eu terminei no top ten. Esse semestre confesso que não comecei muito bem. Antes do Originals, minha melhor posição foi um quarto lugar. Os outros foram no top ten. Por fim, ganhei o Originals e o Nationals.

CBG - Quais são suas expectativas para a próxima temporada?

N.S. - Espero jogar bem. Meu objetivo é jogar todos os torneios tentando fazer voltas abaixo do par. Espero ganhar o Nationals de novo, mas dessa vez como time

CBG - Você deseja representar o Brasil no Mundial Amador neste ano? Quais títulos brasileiros você deseja conquistar que não podem faltar na sua sala de troféus como amadora?

N.S. - Eu estou me preparando para jogar bem no Amador. Quero muito o título porque falta esse na minha prateleira (risos). Quanto ao mundial, com certeza gostaria de participar, e me esforçaria bastante para conseguir uma boa posição para o Brasil.

CBG - O que uma jovem brasileira deve fazer para conseguir uma bolsa de estudos para estudar nos EUA e disputar os torneios universitários?

N.S. - Treinar bastante e estudar inglês. Para chegar até aqui não é bicho de sete cabeças. O problema é manter o foco. Tudo é uma questão de objetivos. Você tem que estar bem focado e curtir cada momento. Não é fácil ficar longe de tudo e todos. Mas, isso dá mais valor às conquistas.

CBG - O que mudou no seu jogo no aspecto físico, estratégico e psicológico desde que você chegou aí nos EUA?

N.S. - Estou mais madura nas minhas decisões. Meu swing está melhor também. Psicologicamente o Nationals foi uma das melhores experiências que já tive. Agora sou mais confiante em momentos desfavoráveis. Realmente meu jogo está mais consistente. Mudou para melhor.

CBG
golfe@cbg.com.br

Fonte: Confederação Brasileira de Golfe