Mestres e patrocinadores
A ausência de bons mestres de cerimônias em numerosos torneios deixa frequentemente preocupados a patrocinadores e apoiadores zelosos da projeção de sua imagem.
Patrocinadores esquecidos, nomes e marcas mal pronunciadas, roteiros e cerimonial deficientes, gafes e erros são freqüentes nas cerimônias de premiação dos torneios do golfe brasileiro.
Um capitão de golfe ou um organizador de eventos, envolvidos e estressados pelos múltiplos detalhes do evento, não chegam ao final do torneio nas melhores condições para serem bons mestres de cerimônias. Os patrocinadores não confundem informalidade com despreparo.
Várias empresas e agencias de publicidade já apelaram a modelos e celebridades de outras áreas, com diversos resultados. Como esporte de tradição e elite, o golfe tem suas normas, protocolos, terminologia, sinais sutis que complicam as celebridades acostumadas com platéias mais simples e abertas.
Existem gafes custosas para os patrocinadores como aconteceu num elegante torneio patrocinado por uma poderosa empresa européia. Foi convocado como mestre de cerimônias um modelo fotográfico que era usado nas campanhas publicitárias da companhia. Ao falar ao microfone, o belo jovem deixou patente que seu privilegiado desenvolvimento muscular não estava acompanhado nem de velocidade mental ou conhecimento de cerimonial.
Foram muitos tropeços em consonâncias e pronuncias, desvios gramaticais, provas de desconhecimento de cultura geral e do esporte perante a seleta audiência. O ápice foi alcançado quando o improvisado mestre de cerimônias de golfe apelou a sua formula aplicada num programa de auditório dominical e insistiu em abraçar e beijar os rostos de duas mulheres.
Eram duas encabuladas senhoras japonesas visivelmente incomodadas pela atitude na contramão de uma tradição milenar e cerimonial oriental. O investimento realizado para fortalecer a imagem da empresa virou fumaça.
Uma dúzia de clubes trabalha com seriedade para que as cerimônias de premiação sejam momentos para valorizar campeões, autoridades e patrocinadores. O pool de profissionais reunidos no site www.golfenegocios.com.br também passou a disponibilizar mestres de cerimônias para torneios e eventos corporativos com golfe.
Outro tema sensível é aplicação das regras do jogo. A CBG promove de 15 a 17 de fevereiro, o IV Seminário sobre Regras de Golfe do Royal & Ancient Golf Club of St. Andrews. Será com o patrocínio do Banco Alfa, no Hotel Transamérica, em São Paulo.
Também em São Paulo, os presidentes da Confederação Brasileira de Golfe e das federações regionais de Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Centro-Oeste e Norte estarão reunidos em fevereiro para debater formulas para impulsionar o alto rendimento esportivo. Uma boa contribuição chegará da Bahia referente ao intercambio internacional de jogadores.
Foi fechado um acordo entre o presidente da Federação Baiana de Golfe, Luiz Cingolani, e Willy Palma, principal operador de turismo de golfe da Argentina, para facilitar a participação de jogadores do país vizinho nas competições que tenham a chancela da federação.
Outra noticia de destaque na abertura da temporada é o retorno da gestão própria do Grupo Hori na operação do Paradise Resort Golf Village, após quatro anos de parceria com o Blue Tree Hotels. O campo de golfe do complexo hoteleiro de Mogi das Cruzes é um dos mais procurados para eventos corporativos com golfe no estado de São Paulo.
*Guillermo Piernes é consultor, palestrante e escritor. Colunista da Gazeta Mercantil e Golf Digest. Autor de Liderança e Golfe. piernes@yahoo.com