A velocidade dos bons momentos
Que rápido passa... o dia de golfe, o bom momento, a vida.
Como a antológica cena de Charles Chaplin barbeando ao som da Dança Húngara, de Brahms no filme Grande Ditador, uma devastadora crítica ao poder mal exercido.
A maioria dos leitores não assistiu. Como não acompanhou a evolução do golfe no Brasil, do tempo em que era visto como um exótico esporte praticado por um bando de ingleses maníacos.
Hoje é diferente. O golfe conta com uma estrutura organizacional razoável, bons torneios, vários excelentes instrutores, jogadores promissores, belos campos, meios especializados. Com o crescimento da economia o golfe passou a receber maiores recursos e houve uma elevação do número em contato com o esporte.
Ninguém mais pergunta "...o que é isso aí ...", como nos perguntavam quando saíamos na rua com a nossa taqueira, apenas 20 anos atrás. Hoje todo mundo sabe. E até todos conhecem Tiger Woods, pelo que ele fez com seus tacos, dentro e fora dos campos.
Nesse filme de Chaplin o protagonista foge dos cruéis perseguidores carregando pelos tetos uma taqueira de golfe de um amigo. Os tacos mudaram uma barbaridade. As bolas melhoraram uma enormidade. O homem evoluiu na tecnologia porém continua igual, com os mesmos mecanismos psicológicos para enfrentar os desafios.
Alguns superaram o medo dos mamutes, outros se animaram a enfrentar os grandes e pequenos tiranos, a subir nos aviões, e uns poucos não tremem ao empunhar o driver no tee do buraco um de um grande torneio.
Porém para todos eles a confraternização possibilitada pela comunhão nos valores do golfe, que é um jogo de integridade e respeito, foi e é impar. Por isso vamos celebrar que pertencemos a uma tribo diferente que conseguiu evoluir sem perder os princípios na vertigem do mundo atual.
* Escritor, palestrante e consultor.
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