Sul-Americano Juvenil: terceiro lugar do Brasil no masculino teve gosto amargo

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Terminar entre os três primeiros de qualquer competição internacional é sempre uma honra, mas a colocação da equipe masculina do Brasil no 50º Campeonato Sul-Americano de Golfe Juvenil, encerrado sábado, 8 de março, no Belém Novo Golf Club, em Porto Alegre (RS), teve um gosto amargo para os meninos, que deixaram escapar a chance de se classificar pelo terceiro ano consecutivo para o Mundial do Japão. Só há duas vagas para a América do Sul, definidas por esse torneio.

Por jogar em casa, num campo que poucos adversários conheciam, e com chance de treinar no percurso com bastante antecedência, com a assistência de técnicos regionais sob orientação coach da Confederação Brasileira de Golfe, e ainda contar com a torcida, era grande a expectativa de o Brasil conseguir voltar ao Mundial, depois de ter ido ao Japão como vice-campeão de 2016 e como terceiro colocado de 2015, este graças à desclassificação da Argentina após o encerramento da competição.

Injustiça – Pela classificação individual parece uma grande injustiça o Brasil não ter vencido ou ficado em segundo na competição, uma vez que os gaúchos Rohan Boettcher e Andrey Xavier terminaram em terceiro e quarto lugar, respectivamente, e nenhum outro país colocou dois jogadores entre os cinco primeiros. E o paranaense Daniel Celestino, que completou o time, terminou em décimo, entre 30 competidores, de dez países. Isso acontece porque valem os dois melhores resultados individuais do time a cada dia, e não os dois melhores totais do torneio.

O Sul-Americano é uma competição por equipes, sendo a classificação individual apenas referência. Para entender isso, saiba que, em função da equipe, os jogadores podem receber orientação de seus técnicos para jogar na segurança, por exemplo, e segurar um resultado num determinado dia, ao invés de optar por uma forma mais agressiva. Assim, os resultados individuais não são necessariamente obtidos da mesma forma que numa competição puramente individual, dada a estratégia diferente desse formato de disputa por países. Por isso, costuma-se chamar o primeiro colocado individual de medalhista, e não de campeão.

Brasileiros – Boettcher somou 294 (76/75/72/71) tacadas, seis acima. Andrey, que jogou em casa depois de ganhar a vaga em uma seletiva em seu próprio campo, ficou logo atrás com 295 (74/73/75/73), sete acima, um excelente resultado para seu ano de estreia como juvenil. Celestino, com 302 (77/75/76/74), 14 acima, só pontuou para a equipe no segundo dia, quando empatou com Boettcher no segundo melhor resultado do Brasil.

O título ficou para o Peru, que teve o medalhista individual, Julian Perico, único a terminar abaixo do par. Ele somou 285 (68-78-69-70) tacadas, três abaixo. Completaram o time campeão dois jogadores empatados em 16º: Hubert Nieto (75-80-80-71) e Santiago Zubiate (76-77-72-81). A vice-campeã Colômbia, que teve Santiago Chamorro em quinto, com 296 (75-74-78-69), oito acima; Simon Estrada, em sexto, com 297 (72-74-77-74); e Juan Camilo Vesga em 11º, com 304.

Por equipes, o Peru somou 580 (143-155-141-141) tacadas, sete de vantagem sobre a Colômbia, com 587 (147-148-149-143). O Brasil somou 589 (150-148-147-144) para empatar com o Equador (153-145-142-149) em terceiro. Se houvesse desempate para a posição (só há para o primeiro lugar), o Equador ficaria à frente do Brasil por ter jogado melhor nos 54 buracos finais.

Feminino – No feminino, o título ficou com a Colômbia, com 583 tacadas, seguida pela Argentina, com 587, e pelo Paraguai, com 595. O Brasil ficou em oitavo lugar, com 625. A brasileira mais bem colocada foi a paranaense Ana Beatriz Cordeiro, em 11º lugar, com 309 (76-75-82-76) tacadas. Laura Caetano, de Brasília, ficou empatada em 21º, com 316 (79-78-78-81), e a paulista Lauren Grinberg, número 1 do Brasil nos rankings adulto e juvenil, ficou em 30º e último lugar, com inacreditáveis 339 (80-88-83-88) tacadas. Desde 2007, as meninas do Brasil não terminam entre as cinco primeiras.

Esta foi a quinta vez que o Sul-americano Juvenil foi jogado no Brasil. Em 2007, no Itanhangá Golf Club (RJ), o Brasil ficou em quarto nas duas categorias. Em 1997, no Gávea Golf (RJ), o Brasil foi sétimo no masculino e campeão feminino, com as Três Marias (Candy Hannemann, Francisca Bragança e Priscila Iida). Em 1987, no São Fernando Golf Club (SP), o Brasil foi campeão masculino (Erik Andersson, Daniel Dias e Rafa Barcellos) e quarto no feminino. E, em 1971, no Clube de Campo de São Paulo (SP), o Brasil foi campeão masculino (Jaime Gonzalez, João Arie e Ismar Brasil). Não houve disputa feminina.

O campeonato contou com apoio do R&A, da Federação Riograndense de Golfe e do Belém Novo Golf Club. A realização foi da CBG e da Federação Sul-Americana de Golfe.

Fonte: O Portal Brasileiro do Golfe