Para onde vai a oportunidade histórica?


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A excepcional oportunidade de promover o golfe no Rio2016 e assim aumentar o número de praticantes, no seu regresso às Olimpíadas após 112 anos está indo para onde? Eis a pergunta.

O levantamento do noticiário internacional e nacional sobre o golfe nos Jogos não está bom para o golfe, salvo para os canais oficiais de divulgação ou para os meios onde o golfe é um negócio milionário.

Os alertas da Organização Mundial da Saúde pelo Dengue, Chikungunya e Zica, a desistência dos primeiros quatro colocados do ranking mundial de golfe entre vários outros, o calendário insensível do PGA Tour em relação aos Jogos, tiraram muito brilho do esperado retorno.

Os críticos dos grandes golfistas que desistiram do Rio2016 estão disseminando nas grandes sociais, especialmente no Brasil, que esses atletas tinham receio de ser pegos no exame antidoping dos jogos, o que colocou o golfe junto a outros vários esportes deturpados pelas drogas.

Até recentemente, o golfe era exemplo de fair play entre todos os esportes para a mídia geral e entre os apreciadores de outras modalidades. Já mudou para pior, qualquer seja o resultado final do golfe nos Jogos.

Nada a ver diretamente com o golfe porém também afetou o impacto da declaração de calamidade pública por razões financeiras do Rio de Janeiro, a crise política, o descredenciamento do laboratório olímpico do Rio para realização das provas anti-doping, os cartazes colocados por próprios policiais informando aos turistas que chegavam pelo aeroporto do Galeão que eram “bem-vindos ao Inferno” e as declarações supostamente humorísticas do Prefeito da cidade.

Do ponto de vista técnico do ranking mundial, com as desistências e limitação de atletas por países potências, a disputa olímpica no Rio ficou mais perto de um torneio de nível Web.com Tour ou Tour Asiático que de uma competição do PGA Tour ou Tour Europeu.

Os números não mentem. A realidade sempre é mais forte que as projeções, planos ou discursos. Uma vez que passem os Jogos, a realidade mostrará o real legado no mundo da volta do golfe nos Jogos.

No golfe brasileiro o tempo pós-Jogos mostrará se a divulgação da modalidade ajudou ou não para aumentar o número de praticantes com handicap, estancado em 10.000 jogadores desde o ano 2000.

Fica um magnífico legado físico para o golfe brasileiro, o campo olímpico, de primoroso manejo ambiental e técnico, construído em área privada com recursos privados compensados com a triplicação do gabarito para torres habitacionais no terreno do investidor.

Aos Deuses do Olimpo: Após tantas dificuldades para o golfe mundial na sua volta aos Jogos de 2016, pelo menos permitam que esse belo campo no Rio fique aberto ao público por várias décadas, com preços de green fee acessíveis para a maioria dos amantes do golfe.

* Guillermo Piernes é palestrante, consultor e escritor. Autor de Liderança e Golfe - O Poder do Jogo na Vida Corporativa.   www.guillermopiernes.com.br - piernes@golfempresas.com.br